segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O VAMPIRO REI
  Vol.2
 
 

    Cantarzo correu sem fazer ruído, bateu o pé num tanque de lavar roupas e saltou para cima do casebre. Silenciosamente arrancou algumas telhas do topo da casa. Estava em cima do quarto do ferreiro. O homem dormia pesadamente ao lado da mulher. Ao lado da cama dos dois, um berço e uma criança com cerca de dez meses de vida, que se movimentava calmamente,brincando com as perninhas para o ar. Certamente um adormecido que ao despertar fora resgatado pelo casal. O vampiro olhou para trás. Duas corujas grandes e gordas voavam em sua direção. As aves pousaram cada uma numa ponta do telhado. Giravam suas cabeças buscando por presas pequenas que eventualmente corressem pelo terreiro à frente do casebre. As corujas viraram seus olhos brilhantes  e cheios de luz da noite para o vampiro. Cantarzo fitou-as quieto por um instante. Levantou-se e saltou para o lado da casa. Viu a vinte metros outra construção. Caminhou silencioso para lá. Lugar velho, as telhas faltavam aqui e ali, deixando a fraca luz da lua entrar. Andou entre dois fornos e ferramentas enferrujadas jogadas no chão. Era meio porcalhão aquele ferreiro. Meneou a cabeça e deu de ombros. Era este homem que as alcoviteiras mostravam. Então ele deveria servir. Viu a bigorna onde o homem deveria malhar o ferro. Tocou o forno. Tão frio quanto seu corpo de vampiro. Aquele homem deveria estar inativo há muito tempo. Mais uma vez balançou a cabeça e deixou a forja, caminhando em direção à mata.










    
 
 
 
 
Direção geral  Nilda Campos Vasconcelos
    Supervisão  Editorial  Silvia Segóvia
    Editoração Eletrônica  Sérgio Gzeschnik
    Capa  Christian Pinkovai
    Revisão  Ruy Cintra Paiva